'Por mim, pegava 30 anos', diz mulher esfaqueada por ex-marido; homem foi condenado a 10 anos de prisão
19/11/2025
(Foto: Reprodução) 'Por mim, pegava 30 anos', diz mulher esfaqueada por ex-marido condenado a 10 anos
“Por mim, ele pegava 30 anos de cadeia”, disse Joana Darck Alencar, que foi esfaqueada oito vezes pelo ex-marido no bairro Parque Piauí, Zona Sul de Teresina. Eduardo Alves da Luz foi condenado nesta terça-feira (18) a 10 anos de prisão por tentativa de homicídio qualificado.
O crime aconteceu em 7 de dezembro de 2023 e foi registrado por uma câmera de segurança. Joana afirmou que considerou a pena baixa.
"Achei muito baixa a condenação daquele monstro, só Deus sabe os traumas que ele me fez", afirmou.
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Por causa do crime, Joana contou que não mora mais na mesma casa e não convive com a mãe e os filhos. Ela também demonstrou indignação com o argumento usado pela defesa de Eduardo.
"Não foi lesão corporal leve, como os advogados permanecem dizendo que foi. Eu quase morro, tenho traumas pela vida toda", contou.
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"E se eu tivesse morrido? Ele ia pegar só 10 anos? Eu acredito nas leis de Deus, já que as dos homens são tão falhas", afirmou.
Eva Alencar, mãe de Joana acompanhou o julgamento e contou que a filha se mudou para outro estado há um ano, depois de enfrentar crises intensas de pânico.
“A minha filha, de vez em quando, lá longe, liga para mim e diz que não está bem. Ela ainda hoje passa mal, ainda fica naquele pânico. Eu quero justiça, só quero que ele pague por tudo, porque ela é a minha única filha e hoje vivo separada dela por causa dele”, disse a mulher.
Segundo o advogado de Eduardo, Antônio Dario Nogueira, o júri popular considerou o réu culpado pela tentativa de homicídio com a qualificadora de feminicídio — pois o crime aconteceu antes da lei que tornou o feminicídio um crime autônomo, sancionada em outubro de 2024.
Prisão e investigação
Eduardo foi preso em 12 de dezembro de 2023, cinco dias após a tentativa de homicídio contra Joana. Ele se apresentou ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Teresina.
Segundo a delegada Nathália Figueiredo, da Delegacia de Feminicídio do DHPP, a vítima vivia um relacionamento abusivo com o réu. Ela denunciou o ex-marido duas vezes depois de ter sido agredida, mas ele não atendeu à convocação da polícia.
Em depoimento, uma colega de trabalho de Joana relatou que a mulher já havia contado que vivia um relacionamento abusivo e havia se separado. A amiga não presenciou o crime, mas foi a responsável por levar a vítima até o hospital.
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Reprodução
*Vitória Bacelar, estagiária sob supervisão de Ilanna Serena.
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